23 julho 2007

Homem de ouro

A imprensa baiana exulta a dupla de vôlei de praia Ricardo/Emanuel.

É natural no jornalismo aproximar a notícia do leitor.

E foi a primeira medalha dourada de um baiano no Pan Rio 2007.

Ricardo Alex Costa Santos nasceu em Salvador, em 6 de janeiro de 1975.

Mas nunca teve patrocínio por aqui.

Engrossou como mais um a lista de retirantes esportivos.

Em 1998, fixou residência em João Pessoa, na Paraíba, graças à estrutura competitiva montada por Zé Marco, seu parceiro no primeiro dos cinco títulos mundiais.

Foi lá, também, que desfilou em carro do Corpo de Bombeiros exibindo a medalha de prata trazida da Olimpíada de Sidney 2000.

A mais bela homenagem que ganhou na vida, contou-me, durante a etapa do Circuito Mundial disputada em Salvador, em 2005.

Mais que ter sido o primeiro, em 2004, e ainda ser o único atleta masculino brasileiro escolhido pelo Comitê Olímpico Internacional para pertencer à galeria dos heróis olímpicos.

Seus olhos eram reflexo da alma.

Os de Carlos, ainda mais molhados, também.

Seu pai, contudo, lamentou a ausência de tributo no retorno de Atenas 2004 ao único baiano da história a conquistar um ouro olímpico.

Ricardo engoliu a seco.

E comentou a alegria de jogar com os amigos nas areias da Praia de Armação, onde começou assistindo ao tio Paulão, agora observado pelos filhos Giulia e Pedro.

Pois sempre que pode passa alguns dias na casa que mantém em Salvador.

Discreto.

Quase anônimo.

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