21 julho 2007

Que Vitória...

O Criciúma bateu o Vitória por 2x0, no Heriberto Hulse.

Não vi e tampouco ouvi a partida.

Estive na cobertura do enterro de Antonio Carlos Magalhães.

Pelo resultado, atestei, outra vez, ser este time uma criança.

Com suporte da torcida, espécie de irmão mais velho, desafia quem aparece.

Quando precisa mostrar personalidade, acovarda-se.

Perdeu duas posições, mas, por sorte, continua no G-4 da Série B.

Neste ritmo, não sei até quando.

Duelo de líderes

O Criciúma pega o Vitória às 16h, no Heriberto Hulse, pela 12ª rodada.

Duelo de líderes sem colocar em jogo a dianteira da Série B.

São 26 pontos do mandante contra 21 do perseguidor.

Os catarinenses ainda não perderam duas consecutivas. E estão 100% em casa.

Os baianos não ganharam três seguidas, mas gozam dos mais eficientes ataque e defesa do campeonato.

Pela Série C, ambos classificados, o Criciúma humilhou: 6x0.

Qual será a história do dia?

No mesmo horário, outras cinco partidas.

Uma de nível: Coritiba x Barueri.

Quatro lugar contra o quinto.

Outra de baixo nível: Santa Cruz e Remo.

Adversários dentro da zona de rebaixamento.

No Presidente Vargas, o Fortaleza em queda livre encara o capenga Ituano.

No interior paulista, situações opostas.

O Marília tem todo favoritismo contra o Ceará.

Mas o lanterna Paulista deve servir de trampolim ao Gama.

As duas partidas de ontem pela 12ª rodada foram decididas no finalzinho.

Visitante, o Avaí desencantou a custa do São Caetano, quatro jogos sem ganhar no ABC, gol de Batista, aos 44 minutos do 2º tempo.

Mandante, o Brasiliense comemorou triunfo sobre a Ponte Preta também pelo placar mínimo com gol de Adrianinho, nos descontos.

Para lembrar, na terça-feira, Ipatinga 2x1 Santo André e Portuguesa 1x1 CRB.

20 julho 2007

Fiscal de aeroporto

O caos aéreo também modificou a programação dos clubes de futebol.

Pior para quem tem bolso mais curto, vítima de calafrios na incerteza de cumprir a programação estabelecida sem gastos e aborrecimentos extras.

Givanildo Oliveira foi zombado quando decidiu antecipar em um dia os vôos do Vitória, até quem o achincalhou raciocinar um pouco e ver que não era luxo algum.

Sem contar esta ida a Criciúma, a delegação esperou em média duas horas antes de cada uma das dez saídas e retornos.

Por isto, o Vitória criou a função de “fiscal de aeroporto”.

Especialmente nas saídas do Aeroporto de Salvador, o supervisor de futebol Mário Silva pessoalmente confere se há atrasos e previsão de partida.

Tudo para minimizar o estresse nos atletas.

O caminho de Arturzinho

Arturzinho disse que o Bahia está evoluindo gradativamente e aos poucos as peças vão se encaixando. Com discurso parecido, Charles levou até o octogonal da Série C. Pedia calma. Os três pontos eram o mais importante de tudo. Acreditou-se e, hoje, o Bahia segue no fundo do poço. Arturzinho, aos meus ouvidos, ressuscitou o tema após a horrorosa partida contra o América-SE. Usou até o argumento da classificação antecipada como tranqüilizante.

Não engulo mais. Porque, dentro de campo, persistem desorganização tática e falta de conjunto mesmo com ele há sete meses treinando o Bahia.

Charles engatinhava como treinador profissional. Arturzinho tem mais de uma década. Sua carreira é marcada por passagens curtas e muitas experiências. Ganhou estaduais por Vitória e Vila Nova-GO e um regional pelo América-RN. O último título foi o Baiano de 2002, logo, atravessa seca mais extensa que o Bahia, vencedor do Nordestão encerrado meses depois.

Como cirurgicamente me disse Mauro Fernandes, ele parece o Carpegiani. Mauro foi puro. Eu, crítico, acrescento. Arturzinho jamais foi a uma Copa do Mundo e não armou o Flamengo de Raul; Leandro, Mozer, Marinho e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico.

Não que este Bahia possa, evidente, claríssimo! Mas ele nem sequer se permite.

Que o Bahia não é o Real Madrid, sabemos, ora. Que tem a maior folha da Série C, também.

Talvez seja sua inquietude genética. Por personalidade, Arturzinho sempre prezou, e faz questão de afirmar, absoluta necessidade de deixar o grupo motivado, o que, para ele, implica não rotular titulares ou reservas. É avesso a quem gosta de uma escolha bem feita e definida.

Isto de titular ou reserva, jovem ou maduro, bom ou ruim, esse antagonismo impregnou sua mente. Que arquitetou 43 escalações diferentes na temporada. Descarta a dualidade apenas na hora da preleção. É preciso inovar, nunca repetir.

Nas próximas rodadas, Rogério, Danilo Rios e Moré, os três melhores tricolores no Campeonato Baiano, vão ser liberados pelo Departamento Médico.

Em 2004, Oswaldo Alvarez, Vadão, perdeu o Campeonato Baiano e largou mal na Série B, objetivo para o qual dizia ter sido contratado.

Engrenou a partir da 5ª rodada, em maio, quando acertou time e esquema usados até o fim.

Não subiu à Série A por motivos que qualquer baiana de acarajé sabe de cor.

Neste contexto, estou céptico é se Arturzinho vai conseguir simplificar, ainda mais após ver o time regredindo com três partidas pífias na Série C.

Simplicidade, aliás, virtude de sobra no último treinador a completar uma temporada no Bahia.

19 julho 2007

Resumo da 3ª rodada

A Série C registrou 70 gols em 32 partidas: 2,19 em média.

Com 18 vitórias dos mandantes, seis dos visitantes e oito empates, metade sem gols.

Somente Vila Nova-GO e Roma-PR – melhor ataque com oitos gols – ganharam as três.

E apenas Vera Cruz-PE, Poções-BA e Guará-DF perderam todas.


O Guarani-SP venceu a primeira, e fora: 1x0 no Tupi-MG.

Rebaixados da Série B, Paysandu-PA e São Raimundo-AM estariam eliminados, de cara.

Diferente de Vila Nova-GO e Guarani-SP.

Atlético-PB, Bahia-BA e Madureira-RJ ainda não sofreram gols.

Mas o Madureira-RJ não marcou algum, como tampouco América-SE, Ceilândia-DF e Noroeste-SP.

Três estados classificariam todos seus representantes.

Paraíba: Atlético e Nacional.

Maranhão: Imperatriz e Sampaio Corrêa.

E Goiás, recordista: Atlético, Crac, Itumbiara e Vila Nova.

O que isto quer dizer? Nada. Ainda.

Atlético decide em Jaguaré

Boa notícia para o Atlético de Alagoinhas na Série C.

Sua última e provavelmente decisiva partida no grupo 8, contra o Linhares-ES, vai acontecer no Estádio Conilon, em Jaguaré.

A falta de iluminação artificial fez a CBF optar por esta praça esportiva em detrimento ao Joaquim Calmon, casa do atual campeão capixaba.

Jaguaré, aliás, cidade do clube de mesmo nome derrotado pelo Linhares em inédita final de estadual.

E integrante do grupo 11, de América-RJ, Guarani-SP e Tupi-MG.

Perspectiva de ninho aconchegante para o Carcará.

18 julho 2007

Bahia, como no ano passado

O Bahia abusa do direito de não jogar bem.

Somou, outra vez no sufoco, mais três pontos na Série C, ganhando por 1x0 do América-SE, no Estádio Presidente Médici, em Itabaiana.

A partida foi lá e cá nos 30 minutos iniciais.

Um perde e não aproveita danado entre dois times incapazes de parar a bola e jogar futebol.

Os sergipanos, talvez, um pouco menos. Exigiram duas defesas - nada complicadas, verdade - do goleiro Márcio: com Adriano e Ednaldo.

Ambas em falhas de Dudu, improvisado na lateral substituindo Carlos Alberto, vetado com dores no pé direito.

Ausência, aliás, que permitiu a Arturzinho não repetir o time pela 43ª, e consecutiva, vez na temporada.

Editados, os 45 minutos do primeiro tempo não dão um.

Época de Pan-Americano, se o esporte fosse taekwondo, América-SE e Bahia iriam para o intervalo com placar negativo por falta de combatividade.

Esperanças guardadas para a etapa final.

O tricolor, então, voltou dos vestiários surpreendente: Danilo Gomes substituído por Adilson, com Ávine indo para o meio-de-campo.

Ávine e Cléber, dois meias pela esquerda, um de velocidade, outro de raciocínio, talvez surgisse algo, deduziu o treinador.

Por dessas coisas do futebol, o gol aconteceu.

Aos 10, Nonato aproveitou falta cobrada por Cléber e venceu Sidney: 1x0.

Aí, o centroavante partiu para a torcida, ela o xingou e ele respondeu sinalizando com o dedo médio, segundo destilou nas ondas do rádio ao ser substituído por Harley, aos 39.

Que comemoração!


Que contratação da diretoria!

O Bahia ganhava jogando feio. Menos mal que empatar ou perder jogando feio.

Resultado destoando daquilo que se via em campo, Arturzinho tratou de se garantir.

Marcone no lugar de Ávine e três volantes a partir dos 19 minutos.

Espaço para o América contestar o placar.

Mas, como se sabe, a sorte acompanha os bons goleiros. E Márcio, mais uma vez, foi abençoado.

Só assim para explicar como Nei Paraíba cabeceou para fora uma chance clara de gol, aos 46 do segundo tempo.

OBS: Matéria desta quinta-feira (19/07) no Correio da Bahia (adaptada).

Também pelo grupo 7, o Confiança-SE venceu por 2x1 o Asa-AL e segue líder.

Tem sete pontos, como o Bahia, porém melhor saldo de gols (4x3).

O final foi dramático.

Cruel marcou para os sergipanos aos cinco do segundo tempo.

Léo Macaé achou um empate aos 48.

E Rafael buscou sabe-se lá onde a vitória, aos 50!

*Atualizada às 20h57 de quinta (19/07).

Carcará bica Raposa

O Poções não pôde de novo.

Perdeu a terceira seguida na Série C e sobrevive por ajuda matemática.

Dos clubes baianos do interior quem respira é Atlético, após ganhar por 2x1, no Estádio Antonio Carneiro, em Alagoinhas.

Por telefone, Gilmey Aymberê disse que o Carcará dominou a Raposa até metade do segundo tempo, quando trocou os meias Narcísio e William, esgotados, por Márcio Carioca e Almir, este volante.

A partir daí a Raposa pressionou e abusou das jogadas aéreas.


"Foi um sufoco, mas este grupo é bom. O problema é a falta da pré-temporada", confessou.

Para tranqüilidade, dele e da torcida, Renna havia marcado um gol em cada etapa.

Kena até descontou no finalzinho.

Mas, desta vez, o Atlético não entregou o resultado.

"Time que está ganhando se mexe, sim. Tenho que estudar como ganhar também em Vitória da Conquista", emendou Gilmey, pouco satisfeito.

Na outra partida do grupo 8, Linhares-ES 1x1 Coruripe-AL.

Coruripe, sete pontos, Linhares, cinco, e Atlético, quatro, disputam as duas vagas nas três rodadas restantes.

E o virtual eliminado Poções pode ser o fiel da balança.

Meia Série C

A Série C chega ao meio do caminho para 32 clubes, hoje.

Afinal, metade dos 64 inscritos vai dizer adeus, ou graças a Deus, encerrada a 1ª fase.

Nem todos têm caixa para atravessar o prejuízo.

Pela terceira rodada, dois jogos com clubes baianos.

O Atlético pega o Poções às 15h, no Estádio Antonio Carneiro, em Alagoinhas.

E se pretende realmente fazer uma campanha razoável está na hora do Carcará reagir.

Pois a raposa mostrou, fora e depois dentro de campo, que não vai a lugar algum no grupo 8.

Pelo grupo 7, o Bahia enfrenta o América-SE às 20h30, no Estádio Presidente Médici, em Itabaiana, a mais de 100 km de Propriá, casa do atual campeão sergipano.

De tão modesto, o Estádio Durval Feitosa não reuniu condições sequer de ser usado na última divisão do futebol brasileiro.

Arturzinho, depois de 42 partidas, finalmente repete um time, o que é significativo – a menos que Carlos Alberto seja vetado por dores no pé direito.

Conjunto faz parte do esporte, ainda mais quando coletivo.

Apesar de o treinador justificar sua inquietude dizendo que no “futebol moderno” não é bem assim.

Ou algum torcedor, em qualquer tempo, hesitou na hora de escalar seu time campeão?

17 julho 2007

O Colo-Colo que entrou para a história

Faz cerca de um ano que o Colo-Colo foi campeão baiano, irretocável no Barradão.

Mas o clube, agora, sobrevive “na iminência de fecharmos as portas e encerrarmos definitivamente as nossas atividades”, segundo correspondência da diretoria entregue ao prefeito de Ilhéus, Valderico Reis; protocolo nº 5.999/07.

O Tigre anda tristonho sem se reconhecer na sombra que projetou.

Os ídolos Ednei, Gil e José Ferreira foram embora sem ao menos retorno financeiro.

Mas muito pior foi o fiasco da parceria com a Antonius Assessoria Esportiva.

O presidente José Maria Almeida de Santana confessou desejo de antecipar o fim do mandato, que expira em dezembro.

A diabetes, doença degenerativa causada pela ausência ou insuficiência de insulina no organismo, se agravou com a crise e lhe consome vorazmente.

Clama cuidado.

Não mais existe o fôlego de 1992, quando assumiu um Colo-Colo sem sede, centro de treinamento, jogadores, fornecedor de material esportivo, enfim.

Um drama de identidade.

No fundo, o problema esteve em acreditar na mentira que tinha dado salto na história.

Pois inábil estava o Colo-Colo para lidar com o sucesso por encerrar 37 anos de títulos alternados entre Bahia e Vitória.

Abaixo, a íntegra do documento que, se lido com alma, permite sentir a pequenez do futebol baiano.

Ilhéus, 09 de julho de 2007

Ilmº Senhor
Valderico Reis
Prefeito do Município de Ilhéus

Senhor Prefeito,

A situação do Colo Colo de Futebol e Regatas é preocupante. Com dívidas superiores a R$ 70.000,00 (setenta mil reais) e sem alternativas de receitas até dezembro de 2007, estamos na iminência de “fecharmos as portas” e encerrarmos definitivamente as nossas atividades.

Confiantes na palavra de Vossa Excelência realizamos diversas despesas, que seriam pagas com a verba do Convênio, porém a Prefeitura Municipal de Ilhéus, no entanto, só nos repassou 10% (dez por cento) do valor acordado (R$ 180 mil no total, nota do blog) com esta Diretoria.

Com a inadimplência da Prefeitura, a situação financeira do clube é insuportável, além dos débitos vencidos e protestados, o Colo Colo está à questão de dias de perder todos os seus valores (a Lei Pelé dar passe livre para atletas com três meses de salários atrasados e o não pagamento dos encargos sociais).

A Diretoria executiva e o Conselho Deliberativo do clube em caráter de urgência, solicitam de Vossa Excelência no sentido de garantir a sobrevivência do nosso clube, a viabilidade da redução das 09 (nove) parcelas para pagamento de 04 (quatro) para que possamos dar sobrevida ao nosso Campeão baiano de 2006.

Renovando nossos protestos de elevada estima e distinta consideração.

José Maria Almeida de Santana
Presidente da Diretoria Executiva

José Thadeu Dantas Gonçalves
Presidente do Conselho Deliberativo

Baiano na CBF

Marcos Ferreira trocou dois cargos na FBF por um na CBF.

Desde ontem à tarde, deixou de acumular a vice-presidência e a diretoria de marketing na Federação para ser vice-presidente da região Nordeste da Confederação.

Foi eleito em Assembléia como integrante da chapa de Ricardo Teixeira.

Ocupa o lugar que nos últimos oito anos esteve com José Sebastião Bastos, presidente da Federação Alagoana de Futebol entre 1995/99.

Marcos Antônio de Miranda Ferreira formou-se em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Bahia, em 1983.

Trabalhou como analista de O&M na Prodeb – Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia.

Por dois anos, foi gerente administrativo da Construtora OAS e ingressou na TV Bahia em 1987.

Entrou como gerente e diretor administrativo, mas fez carreira como diretor geral da TV Sudoeste, onde permaneceu por 12 anos.

Convidado por Ednaldo Rodrigues, assumiu como diretor comercial da FBF em julho de 2004.

Em janeiro do ano seguinte, Ednaldo reeleito, foi promovido à vice-presidente.

Esteve presidente em exercício da entidade durante a Copa do Mundo 2006, quando Ednaldo Rodrigues atuou na Alemanha como delegado da CBF.

Na verdade, o convite de Ricardo Teixeira foi para o presidente da FBF.

Porém Ednaldo Rodrigues declinou para exercer seu mandato, válido até 2009.


Indicou Marcos Ferreira.

16 julho 2007

Eliminatórias em Salvador

Ricardo Teixeira esteve em Salvador dia 15 de março.

Mostrou o que fazer para a Seleção voltar à Fonte Nova após oito anos e Salvador entrar no páreo para ser sede da Copa de 2014, caso a solitária candidatura do Brasil seja aprovada.

Durante a Copa América, a Conmebol confirmou à CBF cinco partidas do país pelas Eliminatórias, assim como o sistema de partidas em ida e volta, todos contra todos.

O Brasil estréia dia 14 de outubro contra a Colômbia, em Bogotá, e três dias depois encara o Equador, no Maracanã.

No mês seguinte, enfrenta o Peru, em Lima, e o Uruguai, 21 de novembro, no Morumbi, como Teixeira antecipou em abril.

O clássico contra a Argentina, em junho de 2008, será outra vez no Mineirão.

Faltam confirmar, no país, as partidas contra Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela.

A expectativa é que, até o final do mês, a tabela seja divulgada oficialmente.

E Teixeira sustentou que a Seleção voltaria a Salvador, com inédita partida pelas Eliminatórias, se o Caderno de Encargos fosse respeitado.

A última partida da Seleção Brasileira na Fonte Nova foi em 5 de junho de 1999, empate por 2x2 com a Holanda.

Na história, nove partidas, incluindo a polêmica Copa América de 1989.

15 julho 2007

Resumo da 2ª rodada

A Série C teve 75 gols em 32 partidas, 2,34 de média.

Foram 15 vitórias dos mandantes, seis dos visitantes e onze empates – oito sem gols!

Baixo nível ou coincidência?

Bragantino, Guarani, Juventus, Noroeste, Rio Claro e Sertãozinho formam o sexteto paulista,

Que em 10 partidas ganhou apenas uma: Bragantino 4x1 Sertãozinho.

Baixo nível ou coincidência?

Apenas dois estados classificariam todos seus representantes.

River-PI e Barras-PI eliminariam Sampaio Correa-MA e Itapipoca-CE.

Águia Negra-MS e Cene-MS despachariam Bragantino-SP e Sertãozinho-SP.

Baixo nível ou coincidência?

Atlético e Poções estão atrás de Coruripe-AL e Linhares-ES.

Baixo nível ou coincidência?

E o Bahia está atrás do Confiança-SE.

Precisa perguntar?

Balanço da 12ª rodada

Foram 6.769 pagantes em média na Série B, sem contar Santo André 0x0 Coritiba.

Destaque para o Barradão, com 19.017, seguido pela Arena Barueri, com 12.637.

E o clube do interior paulista passou o Coritiba. Tem a quinta média, atrás dos fenômenos nordestinos Santa Cruz, Vitória, Fortaleza e Ceará.

Do outro lado, o Ituano levou somente – e pela segunda vez – 294 pagantes.

Sétimo pior público da rodada na sétima vez mandante. Verdade!

Mas a torcida ainda supera os pífios 285 pagantes da estréia.

Foram 31 gols em 10 jogos, como na rodada anterior.

O Vitória deu a maior goleada do campeonato.

E o ex-jogador Marcelinho Carioca voltou na única partida sem gols.

Tivemos cinco triunfos dos mandantes, dois dos visitantes e três empates.

O palco de Lula e o novo ringue de Popó

Vitor Hugo Soares

Meu personagem da semana é o pugilista Acelino Popó de Freitas, em suas primeiras gingas no tablado sempre traiçoeiro da política baiana, ao tomar posse no cargo de secretário de Esporte e Lazer da Prefeitura do Salvador, depois de gloriosa carreira nos ringues. Em menos de uma década, esse filho famoso e louvado da Bahia conquistou quatro cinturões de ouro e sofreu apenas um nocaute em menos de uma década de profissionalismo.

Confesso: vacilei na escolha do personagem, diante da forte concorrência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última quinta-feira, ele se apresentou no palco do Teatro Castro Alves e foi um show.

Procedente de Recife, a caminho do Rio para a abertura do Pan, a performance de Lula no TCA, local tão simbólico da vida e da arte na capital baiana, é dessas que deixam marcas profundas, para o bem ou para o mal.

O presidente passou como um meteoro, mas foi uma dessas visitas sempre desejadas, principalmente em tempo de complicadas relações da política e do poder: a que demora pouco e rende muito.

Trouxe um avião carregado de recursos, a ponto de surpreender até mesmo o governador Jaques Wagner, que confessou: não esperava tanta verba para o chamado PAC do Saneamento e da Habitação no Estado: R$ 1,362 bilhão. Mas o presidente, além da dinheirama, trouxe carradas de afagos e conselhos ao “companheiro governador do governo de esquerda da Bahia”, que tem andado amargurado e macambúzio ultimamente com as doses seguidas de vinagre que tem sido obrigado a beber, servidas por antigos e bravos aliados das corporações – professores e camaradas do PC do B à frente – em lutas passadas. Até vaias aprontaram para o ex-sindicalista no recente desfile do 2 de Julho, nas ruas de Salvador, além de muitas cascas de banana deixadas no caminho da administração petista. No palco, Lula pediu ao seu ex-ministro do Trabalho para não se deixar estressar e deu a receita que ele considera segura contra aporrinhação: não ler jornal antes do café. Isso me levou à escolha de Popó.

Lembranças: era início da tarde de 7 de agosto de 1999 e eu andava pelo Terreiro de Jesus, quando, no ringue armado em Cannes, o pugilista baiano encaixou aquele murro histórico que fez desabar no tablado como um saco de cebolas o temido adversário russo Anatoly Alexandrov. Percebi imediatamente que algo extraordinário acabara de acontecer pelo tamanho descomunal do urro e da vibração no Centro Histórico, que logo tomaram a cidade.

Desligado do boxe, segui andando ao lado do fantástico e saudoso chargista Lage, mais outros colegas de jornalismo e de copo, à procura de um restaurante para almoçar.

Dentro do restaurante, na Praça da Sé, vi gente em transe a cada nova reprodução das imagens do nocaute na delirante transmissão de Galvão Bueno, pela TV.

“É Popó!”, gritava o locutor. Entrei na onda também.

Oito anos podem ser nada ou representar tempo demais, principalmente se estamos falando de estrelas do esporte praticado por Popó. Esta semana, vi o carismático bicampeão de pesos leves em cima de outro tablado: o político. Ele assumia secretaria que, em pouco mais de dois anos da claudicante administração do prefeito João Henrique – eleito pelo PDT de Brizola, mas já nos braços do PMDB do ministro Geddel –, nocauteou três ocupantes.

A secretaria de Popó é paupérrima. Em volume de recursos orçamentários, equiparase aos disponíveis pela mendicante Secretaria da Reparação Social. O prefeito discursa na posse, mas não se vêem mais em volta do pugilista as celebridades de antes – artistas, belas modelos e atrizes, famosos do esporte e da TV. O que se vê é cinzenta fauna de políticos e burocratas municipais, que sorriem enquanto disputam espaço na foto ao lado do ex-campeão.

João Henrique confessa não ter projeto definido para a pasta de Popó, mas promete traçar estratégias pessoalmente com o novo membro de sua equipe. Mais confiante, o campeão Popó diz acreditar que “arregaçando as mangas” e com algumas doações de bolas de futebol ou luvas de boxe por “empresários mais conscientes”, será possível fazer muito pelos jovens carentes de Salvador. Já se vê que não se trata de um jogo de profissionais, como o promovido pelo presidente Lula e sua comitiva no Teatro Castro Alves.

Mas, na política – como no teatro –, de ilusão também se vive.


Matéria publicada na edição de sábado (14/07/2007) do A Tarde.