04 agosto 2007

Doutores da alegria

Este é o título de levantamento da revista Placar sobre os dez maiores artilheiros brasileiros em atividade, até 27 de julho deste ano.

Termo talvez impreciso para Romário, Túlio e Marcelinho Carioca.

Mas vale pela estatística.

E mais ainda pelo folclore do futebol.

Marcelo Ramos, jogador do Bahia entre 1991 e 94, está em quarto, com 383 gols.

Destes, 121 como tricolor.

Além de um pelo Vitória, clube que Túlio marcou 12 vezes, em 1997.

Marcelo, aliás, é o único a não ter marcado pela Seleção.

Confira o ranking elaborado por Rodolfo Rodrigues, o jornalista:

Romário (896 gols)
Túlio (615 gols)
Ronaldo (443 gols)
Marcelo Ramos (383 gols)
Jardel (365 gols)
Rivaldo(361 gols)
Marcelinho Carioca (329 gols)
Edmundo (316 gols)
Washington (312 gols)
Dodô (296 gols)

E lá se foram 14 estréias

Com a derrota por 1x0 para o Paulista, no Barradão, Marco Aurélio quebrou uma sequência de 14 estréias sem derrota de treinadores no Vitória.

Estava em viagem para Feira de Santana e não acompanhei nada.

Mas vejo a torcida passar outra vergonha que não merece.

Culpa de uma diretoria que não fez ouvido de mercador.

E que na falta de pulso firme curvou-se à pressão.

Mas voltando ao assunto, em 2001, pelo Brasileiro da Série A, o time treinado por Valdyr Espinosa perdeu por 2x0 para o Corinthians de Vanderley Luxemburgo, em Presidente Prudente, interior de São Paulo.

Aquele foi também o último ano totalmente negro do rubro-negro.

Porque até nos dois rebaixamentos recentes o clube foi campeão Baiano.

E ano passado saiu da Série C.

Quem souber o último treinador estreante derrotado em casa, por favor, comente!

Veja, abaixo, a sequência, com dobradinha de Arturzinho, e, no final, a ficha técnica daquele resultado:

Valdyr Espinosa (Brasileiro 2001)
Cortinhians 0x2 Vitória

Arturzinho(Baiano 2002)
Vitória 3x1 Fluminense

Joel Santana (Nordestão 2002)
Vitória 2x2 Bahia

Edinho Nazareth (Brasileirão 2003)
Vitória 1x0 Atlético-PR

Lori Sandri (Brasileirão 2003)
Figueirense 1x2 Vitória

Agnaldo Liz (Baiano 2004)
Atlético-BA 1x6 Vitória

Oswaldo de Oliveira (Brasileiro 2004)
Vitória 0x0 Goiás

Hélio dos Anjos (Brasileiro 2004)
Vitória 2x2 Palmeiras

Evaristo de Macedo (Brasileiro 2004)
Vitória 4x1 Paysandu

Renê Simões (Baiano 2005)
Camaçari 0x2 Vitória

Arturzinho (Baiano 2006)
Vitória 1x1 Colo-Colo

Fito Neves (Série C 2006)
Pirambu-SE 1x1 Vitória

Ferreira (Série C 2006)
Vitória 2x0 Pirambu-SE

Mauro Fernandes (Série C 2006)
Vitória 3x2 River-PI

Givanildo Oliveira (Baiano 2007)
Camaçari 4x7 Vitória

Marco Aurélio (Série B 2007)
Vitória 0x1 Paulista

CORINTHIANS 2x0 VITÓRIA (01/08/01)

Corinthians: Rubinho; Marquinhos, Scheidt e Batata; Rogério, Fabinho, Otacílio, Ricardinho e Kléber; Paulo Nunes (Leandro) e Gil (Luciano).
Técnico: Vanderley Luxemburgo.
Vitória: Jean; Michel (Marcelo Heleno), Marcos, Váldson e Leandro; Xavier, Mazinho, Reidner e Élvis (Vítor); Alan Delon e Oliveira.
Técnico: Valdyr Espinosa.
Local: Estádio Eduardo José Farah, Presidente Prudente-SP.
Gols: Ricardinho, aos 14min do 1º tempo, e Paulo Nunes, aos 12min do 2º tempo.
Arbitragem: Giulianno Bozzano (SC), asssistido por Vayran da Silva Rosa (SC) e Marco Antônio Martins (SC).

03 agosto 2007

FBF estuda filiar Ana Paula Oliveira

FBF estuda filiar Ana Paula Oliveira

Marcelo Sant´Ana

Ana Paula Oliveira pode vir para a Bahia.

Não seria a passeio, nem tampouco como palestrante.

A assistente foi convidada pelo presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, a se filiar ao quadro de arbitragem da entidade a partir de setembro, quando expira contrato de exclusividade com a Playboy.

Ana Paula Oliveira será excluída no próximo ano do quadro da Fifa, ao qual está filiada desde 2004.

Ao posar nua, violou norma do Comitê de Arbitragem da Fifa que recomenda discrição.

A Federação Paulista de Futebol, por sua vez, coloca a assistente, quarto lugar no seu ranking 2007, em sorteios para partidas de divisões inferiores desde a semifinal da Copa do Brasil.

No jogo, Ana Paula Oliveira marcou impedimento em dois lances de gol do Botafogo, eliminado pelo Figueirense, no Maracanã.

A comissão de arbitragem da CBF também a afastou do Campeonato Brasileiro da Série A.

“Vamos esperar o desfecho entre Ana Paula, CBF e FPF. Mas não temos preconceito algum. Já conversamos e ela viria por competência. Seria um reforço para o quadro”, explanou Ednaldo Rodrigues.

“Dependemos do posicionamento da CBF”, confirmou o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Bahia, Wilson Paim.

Ana Paula Oliveira participou da rodada de abertura do Campeonato Baiano.

Convidada, trabalhou em Vitória 3x1 Poções, quando Rosana Vigas se tornou a primeira mulher a apitar uma partida profissional do Campeonato Baiano.

*Matéria publicada na edição de hoje do Correio da Bahia. Acrescento: Ana Paula Oliveira também avalia propostas de emissoras de TV. Se para participação especial ou contrato fixo, não sei.

Mais dois jogos pela Série B

Coritiba 1x0 Avaí e Ituano 2x1 São Caetano abriram a 16ª rodada, terça-feira.

E ela continua com Vitória x Paulista e Barueri x Portuguesa, às 20h30.

Marco Aurélio estréia contra o lanterna da Série B.

Cenário perfeito para outro passeio no Barradão.

Exceto pela ausência de Joãozinho.

Melhor do time no campeonato, autor de oito gols e cinco assistências.

Nada, porém, para abalar o terceiro melhor aproveitamento como mandante: seis triunfos – quatro por goleada – e uma derrota.

Ainda mais que o adversário perdeu seis e empatou uma – Portuguesa 1x1 – como visitante.

“Menos ruim” apenas que o Ituano: sete derrotas.

Já o Barueri, mesmo invicto como mandante, vai ter que se virar contra Lusa.

Quem ganhar o duelo paulista dorme tranqüilo no G-4.

02 agosto 2007

Nordestão: o retorno e seu preço

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recebe até a primeira quinzena deste mês proposta para encaixar o Campeonato do Nordeste no calendário do futebol brasileiro.

Há respaldo dos sete presidentes de federações estaduais através do Fórum Permanente de Futebol do Nordeste realizado em Recife, semana passada – no mapa da bola, Maranhão e Piauí integram o Norte.

Mesmo assim, é complicado assegurar o retorno do Nordestão.

Depende de convencer politicamente a CBF, vidrada na candidatura à Copa de 2014, a adaptar calendário seguido desde 2003, quando emplacou o Brasileiro por pontos corridos.

A tabela proposta usa 14 datas: de 14 de maio a 29 de junho de 2008, período das Séries A e B.

Vencida esta etapa, viabilizar patrocínio e transmissão pela TV.

Os representantes baianos seriam Bahia, Fluminense e Vitória, como em 2002.

Depois, critério técnico de classificação a partir do estadual.

A história acusa duas tentativas frustradas.

Em 2003, desertaram Bahia, Sport, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza, pressionados pela CBF.


Em 2006, a CBF vetou devido à disputa judicial com a Liga de Clubes de Futebol do Nordeste.

Em duas instâncias, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu que a CBF tem que ressarcir a Liga por acabar com a Copa organizada pela entidade de clubes.

A média de rendimentos da Liga era de R$ 12,650 milhões – R$ 10,1 milhões, em 2001, R$ 15,2 milhões, em 2002.

Como o torneio ocorreria por mais três anos, a dívida da CBF chega aos R$ 37,95 milhões.

Pela sentença em primeira instância, de fevereiro de 2004, esse valor será acrescido de 15% do valor da causa para honorários advocatícios.

Ainda há juros de 0,5% ao mês durante três anos e correção pela Ufir.

O que pode acrescentar cerca de 35% à dívida, perfazendo um débito de quase R$ 50 milhões.

Quase R$ 2 milhões para cada um dos 16 fundadores da Liga.

Para evitar que outra vez este ponto inviabilizasse o retorno, as federações excluíram os clubes da Liga do Nordeste das decisões.

A vantagem das federações será comercializar lucrativo produto, antes direito da Liga.

E enxugar a lamúria dos deficitários estaduais.


Curiosidade: quem organizava e comercializava o Campeonato do Nordeste era a empresa de marketing esportivo TopSports.

01 agosto 2007

Eficiência duvidosa

Apenas o Bahia não sofreu gol na Série C.

O baixo nível do campeonato ajuda: óbvio!

Contudo, vale registrar que o time não passava cinco partidas oficiais seguidas sem sofrer gol desde 1991.

Naquele Campeonato Baiano, foram seis jogos: Ypiranga (3x0), Vitória (0x0), Serrano (6x0), Jacuipense (2x0), Catuense (0x0) e Vitória (3x0).

O time treinado por Luis Antonio Vieira fechou 30 partidas invicto.

Na Série C de 2006, o Bahia não foi vazado em quatro dos 32 confrontos.

Aqui, sim, consta-se alguma evolução.

Na Série B, recorde duplo em 2004: três partidas sem gol.

Contra Sport, Londrina e Remo, na classificação.

Contra Marília, Avaí e Náutico, no 1º quadrangular.

E insuficiente terceiro lugar entre 24 clubes no final.

No Brasileirão, quatro partidas sem sofrer gol, também por duas vezes.

Em 1973, contra Coritiba, Tiradentes-PI, Botafogo, Moto Clube e Guarani.

Terminou como 17º dentre 40.

Em 1977, contra Flamengo, Vitória-ES, Fluminense-BA, América-RJ e Vitória-BA.

E 11º entre 62 participantes.

Também em 1977, o Atlético-MG foi vice-campeão invicto. Nove pontos a frente do campeão São Paulo.

31 julho 2007

O calvário recente de Marco Aurélio

Marco Aurélio foi a quarta tentativa da diretoria do Vitória.

Ele ganhou três títulos em quatro anos de carreira.

Mas está na fila desde 2002, quando fechou ciclo no Cruzeiro.

Antes, telefonou-se para Vadão, Toninho Cerezo e Roberto Cavalo.

Três perfis diferentes como treinador.

O que dá margem para acreditar que a diretoria não tinha um modelo profissional definido quando fez sua escolha, independente de qualidades e defeitos.

Talvez porque, internamente, nunca tenha discutido e planejado para valer alternativas a Givanildo Oliveira, que saiu com 50% de aproveitamento na Série B.

Ponto para quem aposta ter sido esta troca resposta à pressão de parte de imprensa e torcida.

Dois setores que a diretoria, em tese, precisa proteger o elenco para atingir sucesso em campeonato tão longo como a Série B.

Pois o time do Vitória já oscila demais, por si só.

Não carece do humor ou mal-humor de mais ninguém.

Precisa de equilíbrio.

Substância ausente nos quatro últimos trabalhos de Marco Aurélio, penúltimo treinador nos rebaixamentos de Atlético-MG e Ponte Preta:

Figueirense (2005): 2 vitórias, 4 empates e 7 derrotas, aproveitamento de 25,6%.

Atlético-MG (2005): 6 vitórias, 2 empates e 9 derrotas, aproveitamento de 39,21%.

Ponte Preta (2006): 6 vitórias, 4 empates e 9 derrotas, aproveitamento de 38,6%.

Fortaleza (2007): 3 vitórias e 5 derrotas, aproveitamento de 37,5%.

Bahia goleia fora após oito anos

O Bahia não goleava como visitante no Campeonato Brasileiro havia oito anos.

Independente da divisão.

Antes do 4x0 sobre o Asa-AL, em Arapiraca, pela Série C, era preciso recuar até 7 de outubro de 1999.

Quando o time treinado por Joel Santana aplicou 4x0 na Tuna Luso-PA, no Francisco Vasquez, pela Série B.

Pela Série A, a última vez foi 4x1 no Fluminense, em 4 de outubro de 1990, nas Laranjeiras.

Candinho era o técnico.

Foi também o único ano de um tricolor artilheiro do Brasileirão: Charles, 11 gols.

E a última vez que o Bahia bateu o Fluminense.

Brasileirão 1990
Fluminense 1x4 Bahia
Gols: Naldinho, Charles, Gil Sergipano e Luis Henrique. Alexandre Torres descontou.

Brasileiro Série B 1999
Tuna Luso 0x4 Bahia
Gols: Capixaba, Júnior, Uéslei e Edmundo.

Brasileiro Série C 2007
Asa 0x4 Bahia
Gols: Nonato (3) e Moré.


*Critério para goleada: marcar quatro gols e diferença de pelo menos três. Ex: 4x1 é goleada. 3x0, não.

30 julho 2007

Resumo da 5ª rodada

Foram 74 gols em 32 partidas na Série C: 2,3 em média.

Com 17 vitórias dos mandantes, oito dos visitantes e sete empates.

Definida metade dos 32 classificados: ABC-RN, América-RJ, Atlético-PB, Bahia-BA, Barras-PI, Bragantino-SP, Confiança-SE, Coruripe-AL, Crac-GO, Esportivo-RS, Joinville-SC, Nacional-AM, Nacional-PB, Rio Branco-AC, Roma-PR e Ulbra-RS.

Ulbra, aliás, com 38 ingressos vendidos em duas partidas.

E o Caxias-RS eliminado, como o Paysandu-PA.

E o Bahia sem sofrer gol.

E, pela primeira vez, com a melhor campanha da Série C.

E América-SE e Madureira-RJ há 460 minutos em branco.

E o Democrata, líder do Grupo 14, tomando 7x1 do Villa Nova no duelo mineiro.

E a Paraíba como único estado a classificar todos (2) seus clubes.

Pode tudo na Série C.

Ou não pode?

Balanço da 15ª rodada

Foram 32 gols em dez partidas da Série B, como na rodada passada.

Seis vitórias dos mandantes, duas dos visitantes e dois empates.

Um deles sem gol, entre Santo André e Santa Cruz.

O Marília ganhou a terceira fora de casa e sobe na tabela.

Está sem segundo lugar e invicto há sete partidas.

Perdeu pela última vez para o Vitória, no Barradão.

Jorge Raulli tem cinco vitórias e um empate.

Substituiu Paulo Comelli, que pena para ajeitar o São Caetano.

E deve se perguntar se valeu à pena.

O Vitória continua em quinto.

Ganhou pela oitava vez, duas menos que Criciúma e Marília.

Mas perdeu sete, menos somente que os três últimos.

Santa Cruz, Remo, Paulista e Ituano completaram, unidos, três rodadas consecutivas na zona de rebaixamento.

Para não esquecer, o Criciúma terminou líder pela 12ª vez.

Foram somente 4.525 pagantes de média.

E três partidas com menos de mil.

Santo André 3x3, Criciúma, com 884, Gama 0x2 Portuguesa, com 777, e Ituano 3x0 Brasiliense, com 213 pagantes!

O pior do campeonato, com 18 torcedores a menos que São Caetano 3x1 Remo, pela 14ª rodada.

A mágica do rádio

A mágica do rádio

Luis Fernando Veríssimo

Não posso dizer que me decepcionei na primeira vez que vi um jogo de futebol no campo. Naquele tempo – pelo menos em Porto Alegre –, ainda não havia arame ou fosso protegendo o campo da torcida, podia-se ver o jogo debruçado sobre uma cerca baixa de madeira, na beira do gramado, só se arriscando a levar uma bolada ou ser atropelado por um jogador sem freios. Sentiase o cheiro da grama, ouvia-se o xingamento entre os adversários – era outro universo. Mas estranhei a ausência do locutor.
Descobri que futebol apenas visto (não, crianças, existia nem radinho de pilha para se levar ao jogo) era muito diferente de futebol “irradiado”.
Os locutores de rádio nos acostumavam com uma narrativa dramática, mesmo que nada de muito emocionante estivesse acontecendo em campo. Pelo rádio, os ataques do nosso time eram sempre cargas épicas contra a defesa inimiga, e os gols do nosso time não eram apenas bolas na rede, eram bolas na rede acompanhadas por um grito triunfal, que repetíamos – “Goooooooool!!!” – com entusiasmo feroz. No campo, naquela primeira vez, senti falta do drama ininterrupto que o locutor fornecia.
O futebol ao vivo, paradoxalmente, era mais incompleto do que o futebol narrado.
A mágica do rádio era esse outro universo, feito só com vozes. O rádio não era som sem imagem, uma realidade pela metade. Era som criando imagens, uma realidade diferente. Isso não valia apenas para o futebol. O “rádioteatro” era mais realista do que qualquer novela da TV, porque quem fornecia a cenografia, a paisagem e o ambiente era o próprio ouvinte, na sua cabeça – e com recursos ilimitados. O próprio noticiário de rádio tinha uma autoridade que a TV nunca conseguiu reproduzir, talvez porque uma voz firme concentrasse mais a atenção do que a visão de um locutor emitindo-a, e ainda por cima maquiado.
Claro que não deixei de ir ao campo para ficar em casa ouvindo a narração, imaginando jogos sensacionais em vez de vendo jogos nem sempre tão animados.
Mas só com o advento do rádio transistor, que tornou possível estarmos em dois universos simultaneamente – o do jogo contado e o do jogo presenciado –, é que senti que minha experiência do futebol estava completa. Eu tinha o futebol de fato e o futebol das vozes.
O mágico.
Mas isso foi há muito tempo.
Hoje, sou um torcedor relapso, reduzido a reminiscências nostálgicas. E pay-per-view.


*Publicada, entre outros, no A Tarde de ontem.

29 julho 2007

Bahia cumpre seu papel

O Bahia acabou com a história de jogar mal na Série C.

Ganhou de 4x0 do Asa, em Arapiraca, e passou o Confiança no saldo de gols.

Também não precisa muito para deslanchar em campeonato de baixo nível técnico.

Mas tampouco seria correto desmerecer quem cumpre seu papel.

O Asa se defendia e arriava pontapés no Bahia.

Tentava apenas em contra-ataques; um até acertou a trave.

Mas Nonato, aos 25 minutos, aproveitou falta desviada na barreira e fez 1x0.

E ampliou de pênalti sofrido por Adilson, aos 39.

O jogo estava resolvido.


Faltava um gol para tomar a ponta do grupo 7.

No intervalo, Nonato mandou camisa ao invés de dedos, pelo que torcida e quem se respeita agradecem.

O segundo tempo foi na mesma toada.

Aliás, facilitada pela expulsão do zagueiro Júnior Santos.

Moré, substituindo Danilo Rios, ampliou, aos 34, e Nonato fechou a contagem nos descontos.

Três lutam e um se garante

Atlético e Coruripe empataram sem gols no Antonio Carneiro.

E os alagoanos garantiram a liderança do grupo 8.

Que viu embolada disputa para saber quem sobrevive na Série C.

Porque o Poções fez 2x1 no Linhares no Lomanto Júnior, gols de Cafu.

Coruripe, 11 pontos, Atlético, seis, Linhares, cinco, e Poções, quatro.

Na última rodada, Atlético e Linhares no Estádio Conilon.

Ao contrário do que parece, sentir-se-á em casa o Carcará.

Sem iluminação artificial, o Joaquim Calmon, mando do campeão capixaba, acabou vetado pois a CBF exige partidas iniciando ao mesmo horário na rodada decisiva.

E apenas dois estádios do Espírito Santo foram vistoriados.

O outro, é claro, a praça esportiva de Jaguaré.

Cidade do clube de mesmo nome derrotado em inédita final estadual, recorde-se.

O Poções vai até Coruripe segurando fio de esperança.

Tem que ganhar e torcer por empate no outro jogo.

E deve acreditar.

Porque este blogueiro assassinou a matemática na nota anterior.

Atrelou a vida da Raposa a triunfo dela e abate do Carcará.

Quando o empate, como se atesta, bastava.

Afinal, caso ambos somem sete pontos, da Poções no desempate por vitórias.

Correndo atrás

Dos três jogos com clubes baianos pela quinta rodada da Série C, um vai deixar a torcida triste.

É irrisória a chance de Atlético e Poções seguirem vivos no grupo 8.

O Poções pega o Linhares-ES, em Vitória da Conquista, às 16h.

Com gosto de despedida antecipada e adeus ao Lomanto Júnior.

Se não ganhar, como nas quatro partidas anteriores, está eliminado.

Vencendo, precisa que o Atlético tenha sido derrotado pelo Coruripe-AL, líder e classificado.

Eles se enfrentam a partir das 15h, no Antonio Carneiro, em Alagoinhas.

Pelo grupo 7, o classificado Bahia encara o eliminado Asa-AL, em Arapiraca, às 17h.

Para tomar a liderança do Confiança-SE tem que fazer de 3x0 para cima.

Tem quem não veja graça ser primeiro quando não vale nada.

Cheio de embasamento histórico, aliás.

Frustrado que ainda está de 1999, 2004 e 2006.


*Atualizada às 16h40. Asa-AL x Bahia começa às 17h, e não às 16h, como foi escrito.