Nordestão: o retorno e seu preço
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recebe até a primeira quinzena deste mês proposta para encaixar o Campeonato do Nordeste no calendário do futebol brasileiro.
Há respaldo dos sete presidentes de federações estaduais através do Fórum Permanente de Futebol do Nordeste realizado em Recife, semana passada – no mapa da bola, Maranhão e Piauí integram o Norte.
Mesmo assim, é complicado assegurar o retorno do Nordestão.
Depende de convencer politicamente a CBF, vidrada na candidatura à Copa de 2014, a adaptar calendário seguido desde 2003, quando emplacou o Brasileiro por pontos corridos.
A tabela proposta usa 14 datas: de 14 de maio a 29 de junho de 2008, período das Séries A e B.
Vencida esta etapa, viabilizar patrocínio e transmissão pela TV.
Os representantes baianos seriam Bahia, Fluminense e Vitória, como em 2002.
Depois, critério técnico de classificação a partir do estadual.
A história acusa duas tentativas frustradas.
Em 2003, desertaram Bahia, Sport, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza, pressionados pela CBF.
Em 2006, a CBF vetou devido à disputa judicial com a Liga de Clubes de Futebol do Nordeste.
Em duas instâncias, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu que a CBF tem que ressarcir a Liga por acabar com a Copa organizada pela entidade de clubes.
A média de rendimentos da Liga era de R$ 12,650 milhões – R$ 10,1 milhões, em 2001, R$ 15,2 milhões, em 2002.
Como o torneio ocorreria por mais três anos, a dívida da CBF chega aos R$ 37,95 milhões.
Pela sentença em primeira instância, de fevereiro de 2004, esse valor será acrescido de 15% do valor da causa para honorários advocatícios.
Ainda há juros de 0,5% ao mês durante três anos e correção pela Ufir.
O que pode acrescentar cerca de 35% à dívida, perfazendo um débito de quase R$ 50 milhões.
Quase R$ 2 milhões para cada um dos 16 fundadores da Liga.
Para evitar que outra vez este ponto inviabilizasse o retorno, as federações excluíram os clubes da Liga do Nordeste das decisões.
A vantagem das federações será comercializar lucrativo produto, antes direito da Liga.
E enxugar a lamúria dos deficitários estaduais.
Curiosidade: quem organizava e comercializava o Campeonato do Nordeste era a empresa de marketing esportivo TopSports.
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