03 julho 2007

Contra a maré

Mateus Tavares tem 27 anos e será o único representante do Norte/Nordeste no Mundial de Vela, com início amanhã, em Cascais, Portugal.

Desde os cinco anos, quando o pai comprou um veleiro de oceano para passear com a família pela Baía de Aratu, dedica-se a esporte pouco valorizado, apesar da beleza plástica e fascinação que os locais de competição despertam.

Entrou em campeonatos aos nove anos e, aos 13, estreou em provas internacionais.

Na classe Europa, foi hexacampeão baiano e nordestino, ganhou o Sul-Americano de 1998 e foi quinto no mundial de 2000, realizado em Salvador.

Resolveu migrar para a classe Laser porque a Europa era olímpica somente para mulheres.

Em 2001, 2002 e 2003, ganhou o Campeonato Norte/Nordeste.

Em 2003, estreou no Mundial de Laser sendo 59º colocado.

Patrocinado apenas pela Dismel, através do Programa Faz Atleta, abandonou a carreira por dois anos para se dedicar aos livros.

Mateus Guimarães Sampaio Tavares formou-se em administração de empresas no segundo semestre do ano passado e, desde então, treina a exaustão para recuperar o tempo.

Sem ritmo, foi ao Mundial da Coréia e terminou em quarto lugar na Série Prata.

Desde abril, por conta própria, participa dos maiores eventos do circuito mundial no velho continente.

Também com recursos próprios, comprou uma câmera e envia periodicamente imagens dos campeonatos para as emissoras de televisão da Bahia, além de releases para os jornais.

A vela é o esporte com maior número de medalhas olímpicas para o Brasil: seis de ouro, duas de prata e seis de bronze.

É da vela, também, o maior campeão mundial brasileiro em esportes individuais ou coletivos: Robert Scheidt, com oito títulos na classe Laser.

Por ser esporte de alto grau técnico e tático, o atleta pode manter uma longa vida competitiva.

Exemplo é Torben Grael, maior medalhista olímpico do país: ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004 e bronze em Seul 1988 e Sidney 2000, sempre em dupla com Marcelo Ferreira na classe Star, a qual Scheidt tem optado por competir nos últimos anos. Foi ainda prata na classe Sailing, em Los Angeles 1984.

Contra a maré, Mateus Tavares encontrou águas mais tranqüilas em terras lusitanas graças ao amigo Gustavo Lima. O português que venceu Scheidt no Mundial de 2003.

Depois do Mundial, deixa Portuga em direção ao Brasil. De avião e pagando do próprio bolso, claro!

Site:
www.mateustavares.com.br

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