Muito além da medalha
Vilson Nascimento e Wladimir Moreno fizeram história.
Ganharam a primeira medalha da canoa brasileira em Pan-Americanos, esta manhã.
Canoa, modalidade da canoagem, como o caiaque.
Contudo, disputada com um dos joelhos dobrado e remo de uma pá.
Eles foram prata no C-2 1000m.
Emergiram de maré de descaso.
Vilson entrou no projeto Remando para o futuro para se alimentar do lanche distribuído duas vezes ao dia aos atletas da equipe de remo, em Itacaré.
Aos 17 anos, sofria por causa da fome. Era fome, no duro.
Mais tarde, pelo esporte, deixou o emprego de ajudante de cozinha.
Venceu no Pan, aos 22, ele sabe como.
Wladimir, 24 anos, nasceu em Santos, mas chegou criança a Ibirataia, no sul baiano.
Ingressou por aptidão no trabalho desenvolvido por Jefferson Lacerda, na Barragem do Funil.
Jefferson que foi à Olímpiada de Barcelona 1992 com Sebastian Cuattrin, no caiaque.
E Wladimir também penou.
Até empréstimos fez para pagar contas e competir.
Ambos vivem em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo.
Há dois anos, sede da Seleção Brasileira de Canoagem.
Formada por oito baianos, dois paulistas e pelo técnico Pedro Sena Júnior, baiano de Aurelino Leal.
Tudo porque, na terra de todos os santos, faltou um patrocinador humano.
Como faltam R$ 50 mil para construir uma raia olímpica na Bahia.
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