13 setembro 2007

Carlos Alberto: o escape do Bahia

Carlos Alberto participou diretamente de cinco dos sete gols do Bahia nos últimos quatro jogos.

Não digo ser unanimidade na lateral-direita, pois um par de problemas extra-campo destroçou a confiança da torcida e, mesmo o relacionamento com Arturzinho, estremeceu.

Com Carlos Alberto inspirado, o Bahia escapou da crise criativa do meio-de-campo nas últimas rodadas.

Na Série C, são oito passes decisivos: três com bola rolando e cinco em cobrança de falta.

O Bahia, ataque mais positivo do campeonato, marcou 28 vezes.

Abaixo, uma conversa no Fazendão:

MS – Por que um jogador de talento não se firmou no Cruzeiro e tampouco no Atlético-PR? Problema extra-campo também por lá?
CA – Eu estava subindo ao profissional quando o Cruzeiro foi campeão brasileiro, em 2003. Tinha pouca oportunidade. Daí, fui emprestado ao Londrina, fui expulso em uma partida e peguei 120 dias de suspensão. Meu contrato terminou neste período. Fiquei sem clube. No Atlético-PR, joguei algumas vezes com Givanildo. Mas, com Vadão, perdi espaço.

MS – A torcida e a imprensa dizem que você cansa no segundo tempo, quando não apóia bem. Concorda?
CA – Eu subo quando estou à vontade e vejo que existe espaço. Não sei se mais no primeiro ou no segundo tempo. O que acontece é que, normalmente, forçamos mais no começo do jogo para pressionar o adversário e, no segundo tempo, como o resultado está mais garantido, o professor Arturzinho manda segurar para não dar o contra-ataque. Quando a coisa aperta, eu subo e viro opção de jogada. Não há problema.

MS – E sua melhora recente coincide com Luciano Baiano sendo relacionado...
CA – Acho que é normal em qualquer trabalho. Quando você tem um concorrente forte, você se esforça para ser ainda melhor. Ao mesmo tempo, fica mais sossegado quando não tem disputa de posição. Ninguém gosta de ser reserva!

MS – Você lidera as assistências do Bahia na Série C. São oito passes decisivos: três cruzamentos e cinco faltas indiretas. Contudo, sumiram os gols de cobrança direta. Foi somente um no ano, contra o Colo-Colo, em março.
CA – Aqui, treinamos muito de todas as maneiras. A diferença é que no Itabuna eu batia todas de onde fosse. Não havia nenhuma jogada ensaiada: era mandar no gol ou nada. Aqui, Arturzinho gosta de ensaiar as jogadas e o posicionamento. Ele diz que a barreira sempre anda, mexe, e a gente não acerta o gol. Então, busca o companheiro.

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