01 setembro 2007

Cheio de pão e de circo

O colega Zé Neves Cabral, do blog Arquibancada (link ao lado), voltado ao futebol pernambucano, fez este texto sobre o Santa Cruz.

Eu repasso a quem visita este blog, voltado ao futebol baiano.

Mas a mensagem vale para qualquer brasileiro, como cidadão.


Ao povo o que é do povo, o Santa Cruz

Por José Neves Cabral

Venho assistindo e apontando os problemas do Santa Cruz faz tempo. Desde que cobri o clube, na década passada, surgiu uma simpatia que, como torcedor, eu não tinha pelo Mais Querido. Na posição de cronista, cabia a mim ir ao clube todos os dias colher notícias, boas e más, para publicá-las no jornal. Conheci dirigentes, jogadores, ex-jogadores e funcionários humildes, honestos, e simples. Alguns agregados há mais de 40 anos ao clube, como Anum, que já lavou os carros de muitos craques e pernas-de-pau que passaram pelo Arruda. Ou o massagista Peninha, exemplo de zelo e profissionalismo, Zezinho e Zé Luís, roupeiros, Mago, que não é o Rosembrik. Berto, também massagista, acho que já está aposentado.

E craques de ontem até hoje lembrados, como Luciano Maravilha Velozo, Naércio, Ramom, Nagel, Norberto, Pedrinho e Fernando Santana, este virou um bem-sucedido executivo após encerrar a carreira de goleador em Pernambuco (seria uma opção para presidente?).
Mas o que me incomoda no Santa é a sua estagnação política, que se reflete nos resultados. Torcedores abnegados criaram blogs e sites para mobilizar a torcida, esse movimento já está forte.

Mas acho que está na hora desse povo assumir o Santa Cruz. Independentemente da campanha do time nesta Série B, é preciso que a torcida nomeie um representante para comandar o clube, assuma as rédeas para que este clube verdadeiramente lhe pertença.

A torcida já pagou caro demais nos últimos anos ao ver o Santa entregue a grupos políticos, mais interessados em capitalizar votos do que trazer resultados.

Não adianta mais ficar chamando A ou B de ladrão pelos sites. Isso não vai adiantar e só gera processos. É preciso assumir uma posição política, criar um grupo para iniciar um processo de fiscalização do quadro de associados, evitar que fantasmas sejam fabricados para eleger presidente na próxima eleição. Fazer um projeto e executar.

O Santa já contratou mais de 40 jogadores este ano e poucos acrescentaram. Que tal seguir uma cartilha obedecendo a alguns critérios para contratar: Quantas contusões já teve? Acerta quantos passes por partida? Faz quantos desarmes por jogo? Está no peso ideal? Dá quantas assistências e chutes em gol? Com um olheiro mais qualificado é possível até observar o jogador em ação por outro clube e fazer essas anotações.

E esta falta de critério nas contratações não é caso específico do Santa. Sport e Náutico também passam pelo mesmo processo. Os empresários indicam e faturam. O clube paga a conta. Só que alguns jogadores ganham salários de executivo. Vinte, trinta mil reais, mas não passam de funcionários comuns, o que é um absurdo.

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